
Categoria: Artigos
Data: 04/08/2023
“vindo, porém, esse teu filho, que desperdiçou os teus bens com meretrizes, tu mandaste matar para ele o novilho cevado…” (Lucas 15.30)
Ele ainda quer uma nova chance? Depois de destruir a vida dele, gastar a herança, envergonhar a comunidade, quer retornar? Creio que houve revolta quando ouviram a história. Segundo a Lei de Moisés, o filho rebelde deveria ter um fim trágico. Estudiosos defendem que essa lei não era mais aplicada nos dias de Jesus porque as romanas se sobrepunham às dos judeus. Mas havia uma cerimônia judaica chamada Kezazah, que significa excluído, e que substituía a lei do Antigo Testamento.
Era um rito de exclusão que a comunidade fazia para quem gastasse a herança entre os gentios. O rebelde era trazido diante das pessoas da cidade, um vaso de barro era quebrado aos seus pés. As pessoas pegavam os cacos, colocavam na cara do rapaz e diziam: “você quebrou a sua vida, você quebrou o coração do seu pai, você quebrou a nossa comunidade. Você envergonhou a todos nós. Você não merece estar aqui. Você não pertence mais a esse lugar. Kezazah! Vá embora!”
O rapaz não seria morto, mas sentiria a dor da humilhação e da exclusão. O irmão mais velho queria ver isso. Ele representa os líderes religiosos que não se conformavam em ver Jesus ao lado de pecadores. Mas essa história nos ensina que, enquanto enxergamos gente rebelde e pecadora, Jesus vê filhos e filhas amados que precisam achar o caminho de volta para a casa do Pai.